domingo, 18 de março de 2012


Ana acordou subitamente. Houvera adormecido na relva; olhou em volta e o mundo estava destruído. Há quanto tempo estivera em sono profundo? Não importava, certamente tempo o suficiente para o menino dos olhos cansados achar que poderia andar com as próprias pernas. Uma voz cortou a escuridão, "Ana, é você? Você acordou?". Ana reconheceu, era Samuel. Por toda sua existência apenas conhecera a sua voz, ele era a voz daquele mundo. "Acordei, child, o que ele fez com tudo isso aqui?". "Ana, ele estava sozinho, ele achou que poderia". "Samuel, onde está Áries?" Ana, falou em tom de mau agouro. "Áries está perdido, Ana, você sabe que isso sempre acontece em sua ausência. Ele passou os últimos tempos trotando pelas colinas e urrando gritos de ira por todos os cantos".
Ana ajeitou o corpo em meio às folhas, por um momento lembrou-se da cor âmbar que enfeitava o crepúsculo antes de seu sono intranqüilo. Contemplou a escuridão por alguns minutos.
"Abril está chegando. Preciso achar Áries, o menino dos olhos cansados e todos os nossos. A hora está próxima."

* preparem-se...

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Pós escrito (agosto de 2015): a estória por trás desse pequeno fragmento de texto e do anterior nunca foi publicada, e está completamente escrita em papel. E acho que no papel ficará. Não sei se um dia compartilharei, pois talvez não caiba mais.
Voltei aqui nesse antigo blog em 2015, foi interessante olhar para trás; e apenas isso.
Hoje "sou pássaro no pé do vento
Que vai voando a esmo em plena primavera
Cantando eu vivo em movimento
E sem ser mais do mesmo
Ainda sou quem era."
Hoje ando por outros lugares, você sabe como me encontrar.
E o hoje é o que importa.
 

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